quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Gordura da dieta aumenta as concentrações de glicose e necessidade de insulina em pacientes com diabetes tipo 1

As diretrizes atuais para o tratamento intensivo do diabetes tipo 1 baseiam-se no cálculo do bolus de insulina exclusivamente na contagem de carboidratos. Evidências apontam que a gordura da dieta e os ácidos graxos livres prejudicam a sensibilidade à insulina.

Pizza, por exemplo, pode causar hiperglicemia pós-prandial tardia em pacientes com diabetes tipo 1. Alguns estudos têm mostrado que a utilização de um bolus com ou sem um aumento na dose total é necessário para atenuar a hiperglicemia após as refeições contendo pizza com maior teor de gordura.




Estudo publicado na Diabetes Care, avaliou se refeições com alto teor de gordura exigem mais insulina do que a refeições com baixo teor de gordura e teor de carboidratos padronizado.

Trata-se de estudo do tipo crossover, em que foi avaliado dois períodos de 18 h de controle de glicose após jantar com alto teor de gordura em comparação com jantar de baixo teor de gordura. Cada jantar apresentava teor de carboidrato e proteína padronizados, mas diferente teor de gordura (60 vs 10g).

Participaram do estudo sete pacientes com diabetes tipo 1 (55 ± 12 anos; A1C de 7,2 ± 0,8%). Após jantar rico em gordura foi necessário mais insulina do que o jantar pobre em gordura (12,6 ± 1,9 vs 9,0 ± 1,3 unidades, p = 0,01) e, apesar da insulina adicional, causou mais hiperglicemia.

Os autores concluem que essa evidência de que a gordura na dieta aumenta os níveis de glicose e as necessidades de insulina destaca as limitações da abordagem baseada em carboidratos para o cálculo da dose de bolus de insulina.

Estes resultados apontam para a necessidade de algoritmos de dosagem de insulina alternativos para refeições com teor mais elevado de gordura e sugerem que a ingestão de gordura na dieta é um fator nutricional importante para o controle glicêmico em indivíduos com diabetes tipo 1.

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