sábado, 23 de agosto de 2014

Microbioma intestinal serve como ferramenta de rastreio do câncer colorretal

Estudos recentes têm sugerido que o microbioma intestinal pode ser um fator importante no desenvolvimento do câncer colorretal. Anormalidades no microbioma intestinal foram relatados em pacientes com câncer colorretal.


Pesquisadores da Universidade de Michigan relataram que uma análise do microbioma intestinal é capaz de distinguir com mais sucesso indivíduos saudáveis ​​e aqueles com pólipos adenomatosos pré-cancerosos e aqueles com câncer colorretal invasivo em comparação com a avaliação de fatores de risco clínicos e testes de sangue oculto nas fezes.

O estudo publicado na Cancer Prevention Research avaliou amostra de fezes em 90 pacientes de três grupos clínicos que representam os estágios de desenvolvimento do câncer colorretal: saudável (n=30), adenoma (n=30) e carcinoma (n=30). Os resultados demonstraram que a composição do microbioma intestinal foi diferente para os indivíduos dos três grupos.

Combinado com os fatores de risco clínicos de câncer colorretal (por exemplo, IMC, idade e raça), os dados do microbioma intestinal melhoraram significativamente a capacidade de diferenciar entre os grupos clínicos saudável, adenoma e carcinoma ​​em relação aos fatores de risco sozinhos. Além disso, ao utilizar somente a análise do microbioma intestinal como triagem foi melhor do que o teste de sangue oculto nas fezes para distinguir indivíduos com pólipos adenomatosos pré-cancerosos de pacientes com câncer colorretal invasivo. 

Os autores concluem que os resultados do estudo demonstram a viabilidade de utilização da composição da microbiota intestinal para detectar a presença de lesões pré-cancerosas e cancerosas. Além disso, estes resultados suportam a necessidade de estudos mais transversais, com diversas populações e ligação a outros marcadores de fezes, dados dietéticos e informações pessoais de saúde.