domingo, 29 de setembro de 2013

Polifenóis como potenciais nutracêuticos no manejo do diabetes

Os alimentos funcionais e seus compostos bioativos são considerados como uma nova abordagem para a prevenção e controle do diabetes e suas complicações.

Devido às suas propriedades biológicas, os polifenóis podem ser adequados nutracêuticos e tratamentos suplementares para vários aspectos do diabetes mellitus.

Polifenóis são compostos fitoquímicos naturais em alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes, grãos integrais, cereais, legumes, chá, café, vinho e cacau.

Os polifenóis apresentam efeito hipoglicemiante, atribuído principalmente a redução da absorção intestinal de carboidratos, modulação das enzimas envolvidas no metabolismo da glicose, a melhoria da função das células-β e da ação da insulina, o estímulo da secreção de insulina, e as propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias destes compostos.

Alguns polifenóis são capazes de regular as principais vias do metabolismo de carboidratos e homeostase da glicose hepática, incluindo glicólise, glicogênese e gliconeogênese, geralmente deficientes no diabetes.

Polifenóis do chá verde, principalmente catequinas e epicatequinas, demonstraram atenuar a hiperglicemia e a produção de glicose hepática.

Outro composto fenólico muito conhecido, o resveratrol encontrado em uvas, vinho, suco de uva e amendoim, melhora a tolerância à glicose, atenua a perda de células-β e reduz o estresse oxidativo nas ilhotas pancreáticas. O resveratrol também retarda a degradação das ilhotas pancreáticas e o progresso de diabetes tipo 2.

Estudos confirmam que os compostos polifenólicos atenuam vários fatores de risco cardiovascular em diabetes; polifenóis modulam o metabolismo de lipídios e dislipidemia, melhoram a função vascular, diminuem o dano vascular oxidativo e inflamatório induzido, e regulam a pressão arterial.

Polifenóis podem melhorar o sistema antioxidante endógeno, o equilíbrio antioxidante oxidante e efetivamente prevenir o dano oxidativo. As catequinas do chá verde reduzem a peroxidação lipídica e aumentam a capacidade antioxidante total do plasma, atenuam as vias de sinalização sensíveis ao stress, enzimas pró-oxidantes, e induzem enzimas antioxidantes incluindo superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase.

Os polifenóis efetivamente atenuam o estresse oxidativo, promovem o sistema de defesa antioxidante endógeno e modulam o
equilíbrio oxidante/antioxidante.

Os polifenóis modulam aspectos metabólicos, endócrinos e celulares da transdução de sinalização do tecido adiposo. As antocianinas, um grupo de compostos fenólicos considerados como moduladores do metabolismo do tecido adiposo, são compostos bioativos que melhoram a disfunção de adipócitos e secreção de adipocitocinas na resistência à insulina, aumentam a β oxidação e reduzem o acúmulo de gordura em adipócitos.

Uma das propriedades mais importantes dos polifenóis é o seu efeito preventivo contra complicações do diabetes a longo prazo, incluindo retinopatia, nefropatia e neuropatia.

As antocianinas facilitam o fluxo sanguíneo e evitam a microangiopatia induzida por diabetes, o aumento da permeabilidade microvascular e diminuem a agregação de leucócitos na parede vascular.

A tendência de aumento na prevalência de complicações do diabetes sugere que o uso de tratamentos complementares, incluindo alimentos funcionais e seus nutracêuticos, poderiam aumentar a eficácia do controle do diabetes. Os polifenóis foram propostos como suplementos eficazes para o manejo do diabetes e a prevenção de suas complicações a longo prazo.

Referências
Bahadoran, Z.; Mirmiran, P.; Azizi, F. Dietary polyphenols as potential nutraceuticals in management of diabetes: a review. Journal of Diabetes & Metabolic Disorders 2013, 12:43.

Szkudelski T, Szkudelska K: Anti-diabetic effects of resveratrol. Ann NY Acad Sci 2011, 1215:34–39.


domingo, 22 de setembro de 2013

Receita: Filé de peixe ao molho de cenoura


Ingredientes:

- 500g de filé de peixe (eu usei tilápia)
- 8 biscoitos cream cracker triturados
- queijo ralado a gosto
- orégano a gosto
- 2 dentes de alho amassados
- sal a gosto
- 1 ovo batido

Para o molho:
- 1 cenoura pequena ralada
- 3 colheres de sopa de maionese light
- 1 copo de leite
- cebola picadinha
- 2 dentes de alho
- 1 colher de sopa de margarina light

Modo de preparo:

Pré-aqueça o forno em temperatura média (180ºC)
Misture o biscoito, o queijo ralado, orégano, alho e sal.
Passe os filés de peixe no ovo.
Em seguida, passe os filés na mistura de biscoito.
Coloque os filés em uma assadeira untada com azeite e leve ao forno até dourar.
Refogue a cebola, o alho e a cenoura na manteiga.
Acrescente a maionese e o leite, mexendo sempre por mais 5 minutos.
Coloque o molho sobre o peixe e sirva.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Nova estratégia alimentar para tratamento da Síndrome Metabólica

A síndrome metabólica (SM) é caracterizada pela associação de fatores de risco cardiovascular, incluindo obesidade (especialmente obesidade central), resistência à insulina, dislipidemia (níveis séricos elevados de triacilgliceróis e reduzidos de HDL) e hipertensão arterial.

Estudo publicado na British Journal of Nutrition avaliou a eficácia de uma nova estratégia alimentar denominada RESMENA (Redução da Síndrome Metabólica em Navarra) baseada na distribuição de macronutrientes, capacidade antioxidante e frequência das refeições para o tratamento da síndrome metabólica.

Trata-se de um estudo randomizado controlado, que comparou os efeitos de duas estratégias alimentares sobre as co-morbidades da SM

52 homens e 41 mulheres portadores de síndrome metabólica (idade média de 49 anos e IMC médio de 36 kg/m2) foram aleatoriamente distribuídos para consumir a dieta controle (de acordo com as diretrizes da American Heart Association - AHA) ou a dieta experimental (RESMENA).
 
Os indivíduos receberam orientações nutricionais por um período de dois meses, durante o qual foram coletados dados antropométricos e de composição corporal a cada 2 semanas. Após esse período, os participantes seguiram  a dieta proposta por mais quatro meses.

As duas dietas prescritas promoveram restrição calórica (redução em 30% das necessidades energéticas). A dieta controle baseia-se nas diretrizes da AHA, incluindo 3-5 refeições/dia, com distribuição de macronutrientes do valor energético total de 55% de carboidratos, 15% de proteínas e 30% de lipídios. A dieta RESMENA caracteriza-se por um maior fracionamento de refeições, composta por 7 refeições/dia (café da manhã, almoço, jantar, dois lanches no período da manhã e dois lanches à tarde), e distribuição de macronutrientes de 40% de carboidratos, 30% de proteínas e 30% de lipídios. Além disso, esse novo padrão tentou reforçar a alta ingestão de ômega-3, de alimentos ricos em antioxidantes e carboidratos de baixo índice glicêmico. Ambas as dietas apresentaram teor de colesterol inferior a 300 mg.

A dieta RESMENA promoveu uma redução significativa do peso corporal (-1,7%, p=0,018), perímetro da cintura (-1,8%, p=0,021), bem como menor percentual de gordura corporal (-6,9%, p= 0,008). O grupo RESMENA também apresentou melhora na função hepática e da glicemia.

Os autores concluem que a dieta RESMENA apresentou efeitos mais benéficos do que uma dieta com base nas diretrizes da AHA sobre a composição corporal, obesidade, especialmente central, e em relação a vários parâmetros bioquímicos. Portanto, a dieta RESMENA pode ser uma boa opção como um tratamento dietético a longo prazo das co-morbidades da síndrome metabólica.


domingo, 8 de setembro de 2013

Mais da metade da população brasileira está acima do peso

Dados da pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde (MS), revelam que 51% da população (acima de 18 anos) está com excesso de peso (IMC ≥25 kg/m2). 
Em 2006, quando os dados começaram a ser coletados pelo MS, o índice era de 43%. O excesso de peso atinge 54% dos homens e 48% das mulheres.
 
A obesidade (IMC ≥30 kg/m2) também cresceu em proporção alarmante, atingindo 17% da população. Em 2006 o índice era de 11,4% e subiu para 15,8% em 2011. Atualmente, 18% das mulheres estão obesas e 16% dos homens.

Foram entrevistados 45,4 mil pessoas em todas as capitais e no Distrito Federal, entre julho de 2012 a fevereiro de 2013. 

Na faixa etária entre 18 e 24 anos, 28% da população está com excesso de peso, atingindo 55% na faixa etária dos 35 aos 44 anos.

O estudo também avaliou os hábitos alimentares. Apenas 22,7% da população ingerem a porção diária de frutas e hortaliças recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco ou mais porções ao dia. Além disso, 31,5% da população come carne gordurosa, 53,8% consome leite integral regularmente e 26%  ingere refrigerantes ao menos cinco vezes por semana. 

O consumo de frutas e hortaliças, segundo a recomendação da OMS, é maior entre aqueles com maior grau de escolaridade, sendo 31% dos indivíduos com 12 anos e mais de escolaridade e 18% para quem tem menos de oito anos de escolaridade.
 
Em relação a prática da atividade física, 47% dos jovens com idade entre 18 a 24 anos se exercitam regularmente. E entre 35 a 44 anos, o índice cai para 31%. 
45% da população com mais de 12 anos de estudo praticam algum tipo de atividade física. O percentual diminui para 21% para aqueles com até oito anos de escolaridade. Os homens (41%) são mais ativos que as mulheres (26%).

O MS lançou algumas medidas preventivas com objetivo de deter esse aumento desordenado do ganho de peso da população brasileira. Em março de 2013, criou a Linha de Cuidados da Atenção Básica para excesso de peso e outros fatores de risco associados ao sobrepeso e à obesidade até o atendimento em serviços especializados. 

Indivíduos com sobrepeso podem ser encaminhados a um polo da Academia da Saúde para realização de atividades físicas e a um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para receber orientações para uma alimentação saudável e balanceada. 

O MS investe ainda em ações preventivas para evitar a obesidade em crianças e adolescentes, através do Programa Saúde na Escola (PSE), com mais de 50 mil escolas que participantes. Outra medida é a distribuição de 18 mil Manuais das Cantinas Escolares Saudáveis como incentivo a lanches menos calóricos e mais nutritivos.

Referência:
Brasil. Ministério da Saúde. Mais da metade da população brasileira tem excesso de peso. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/12926/162/mais-da-metade-da-populacao-brasileira-tem-excesso-de-peso.html>. Acesso em 06/09/13.

sábado, 7 de setembro de 2013

Cartilha Prevenção de Doenças Cardiovasculares

No dia 8 de agosto é comemorado o Dia Nacional de Controle do Colesterol. Neste dia, a Sociedade Brasileira de Cardiologia irá promover diversas ações para a população.


Segundo a SBC, as doenças cardiovasculares são as principais responsáveis pelos óbitos registrados anualmente no Brasil. O desenvolvimento dessas doenças está associado a diversos fatores de risco que podem ser controlados, como alimentação, prática de atividades físicas, obesidade, aumento do colesterol, hipertensão, diabetes e tabagismo.

A SBC publicou uma cartilha informativa voltada para as crianças sobre a prevenção de doenças cardiovasculares.

Para fazer o download da cartilha, acesse:

domingo, 1 de setembro de 2013

Saúde Baseada em Evidências


Criado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em parceria com o Ministério da Saúde, o Portal Saúde Baseada em Evidências fornece informações científicas e tecnológicas atualizadas.

Esta iniciativa permitirá aos profissionais de saúde acesso de forma ágil e eficiente a bases de dados específicas de saúde.
 

Público-alvo
Os conteúdos estão disponíveis para os profissionais de saúde vinculados ao respectivo Conselho Profissional das áreas de Biologia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social.
 
Como acessar
Basta se cadastrar com as informações do seu Conselho Regional.

Para cadastrar, clique aqui 

Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index.cfm?portal=pagina.visualizarArea&codArea=392