terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Proteína da alimentação e whey protein são igualmente eficazes no desempenho físico em obesos

Embora seja bem aceito que o aumento da ingestão de proteínas e atividade física são estratégias eficazes para combater o aumento da obesidade, há uma escassez de estudos de intervenções bem controlados de estilo de vida.

O aumento no consumo de proteínas aumenta a síntese proteica, a termogênese pós-prandial, a massa corporal magra, a saciedade e a saúde cardiometabólica.

Estudo publicado na Nutrients avaliou se a estimulação proteica somente com alimentos é comparável à suplementação com whey protein (proteína do soro do leite) durante o treino RISE (treinamento combinado de exercícios de resistência e alongamento) nos resultados do desempenho físico de indivíduos com excesso de peso.
Participaram do estudo 30 homens e mulheres com idade média de 50 anos. Todos eram obesos (IMC > 30kg/m²) ou com sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9 kg/m²), sedentários, não fumantes, e sem doenças crônicas. Os participantes foram distribuídos em 2 grupos: um grupo recebeu o treinamento combinado (RISE) + proteína alimentar, e o outro grupo recebeu o treinamento combinado + whey protein. A intervenção teve duração de 16 semanas. Ambos os grupos foram orientados a consumir 5 a 6 refeições por dia, contendo 20-25 g de proteína de alto valor biológico. O grupo whey protein foi orientado a substituir 2-3 refeições por 20-25g de suplemento whey protein. As fontes de proteína incluíram leite, iogurte grego, ovos, carnes magras, peixe, aves, leguminosas, e sementes oleaginosas.

Foram avaliados ao início e ao final da intervenção o peso, a composição corporal (pelo DEXA), ingestão diária, performance física, biomarcadores de risco cardiometabólico, taxa metabólica basal, frequência cardíaca e pressão arterial.

Apenas 21 participantes completaram o estudo. As medidas de composição corporal e o desempenho físico melhoraram significativamente em ambos os grupos, sem efeito adicional do suplemento proteico. Os biomarcadores de risco cardiometabólico (LDL, glicose, insulina, adiponectina, pressão arterial sistólica) também melhoraram significativamente.


Os resultados do estudo demonstram que tanto a proteína de soro do leite como as fontes de proteínas alimentares combinadas com o treinamento multimodal RISE são igualmente eficazes para melhorar o desempenho físico e a saúde cardiometabólica em indivíduos obesos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial

A 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial foi publicada em setembro de 2016 com atualizações e enfoque na prática clínica nacional.

O tratamento não medicamentoso da hipertensão está com algumas considerações importantes:

Controle de peso redução de 20-30% da pressão arterial para cada 5% de perda de peso. A recomendação é IMC < 25kg/m² até os 65 anos de idade e < 27kg/m² após os 65 anos.

Padrão alimentar: redução de 6,73 mmHg na pressão arterial sistólica (PAS) / 3,5 mmHg na pressão arterial diastólica (PAD). A recomendação é que seja adotada a Dieta DASH.
Restrição no consumo de sódio: redução de 2 a 7 mmHg na PAS e de 1 a 3 mmHg na PAD com redução progressiva de 2,4 a 1,5g sódio/dia. A recomendação é restringir o consumo diário de sódio para 2g, ou seja, 5g de cloreto de sódio.

Moderação no consumo de álcool: redução de 3,31/2,04 mmHg com a redução de 3-6 para 1-2 doses/dia. A recomendação é limitar o consumo diário de álcool a 1 dose para mulheres e pessoas com baixo peso e 2 doses para homens.

Confira o material na íntegra.

sábado, 5 de novembro de 2016

Dicas de alimentação para o Enem



Amanhã é o segundo dia de prova para a sua tão sonhada vaga na universidade. Uma boa alimentação pode potencializar o seu rendimento e reduzir a sua ansiedade. Saiba como a Nutrição pode ajudá-lo a enfrentar com sucesso essa etapa tão importante.


Na véspera, evite alimentos que você não costuma consumir para evitar possíveis reações de intolerância e desconfortos intestinais. Alimentos ricos em gorduras como feijoada, batata frita, molhos gordurosos, carnes gordas e bebidas alcoólicas devem ser evitados, pois dificultam a liberação de energia para o cérebro. 

Evite alimentos estimulantes em excesso, como energéticos, refrigerantes a base de cola, café, guaraná em pó e bebida alcoólica, que também prejudicam a concentração e memória.

No dia da prova, prefira pão integral, queijo branco, iogurtes e frutas no café da manhã. No almoço, faça uma refeição leve, contendo carboidratos, proteínas, verduras e frutas, como arroz, feijão, carne magra grelhada, legumes refogados e saladas. Prefira sucos de frutas e sobremesas a base de frutas.

Durante a prova, evite o consumo de balas, salgadinhos e refrigerantes, pois aumentam o apetite e podem levar à perda de concentração. Durante as 4 horas de prova, seu cérebro precisará de energia. Para isso, escolha lanches leves como: uma maçã + água mineral/suco de fruta, ou 1 barra de cereal + água de côco, ou biscoito salgado + suco de fruta natural.

Pronto! Com essas dicas simples você pode ter um melhor rendimento nas provas.
Boa sorte!

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Dieta vegetariana pode trazer benefícios à saúde de adolescentes

De acordo com dados da National Health and Nutrition Examination o consumo diário de alimentos de origem animal tem aumentado nos últimos anos. Por outro lado, o consumo de frutas e vegetais diminuiu. Tais comportamentos alimentares têm grande influência sobre a prevalência das doenças crônicas não transmissíveis. Com o aumento do consumo de carne (>500g/semana), a prevalência de dislipidemia e câncer tem aumentado.

Estudo publicado na Clinical Nutrition Research avaliou o efeito de uma mudança transitória para uma dieta vegetariana rica em vegetais e frutas em alunos do ensino médio e professores.

Participaram do estudo 40 indivíduos (26 alunos entre 14-16 anos e 14 professores). Análises do consumo alimentar, hábito intestinal/estresse, dados antropométricos e amostras de sangue foram realizadas antes e após um período de dieta vegetariana de 12 semanas.

As refeições foram preparadas pela nutricionista da escola e fornecidas para os alunos e professores participantes da pesquisa. Foram realizadas sessões de educação nutricional para manter os hábitos da dieta em casa durante outras refeições e aos finais de semanas.

Após 12 semanas, os autores observaram redução do IMC e do colesterol total nos estudantes e nos professores. Também foi observada redução do LDL-c dos professores e aumento nos níveis séricos de cálcio e vitamina B12 nos alunos e professores. Os professores apresentaram melhora no nível de estresse. Houve também redução/melhora da constipação intestinal dos participantes.

Os autores concluem que a dieta vegetariana melhorou o estado de saúde dos participantes do estudo, sugerindo que um cardápio vegetariano pode ser uma alternativa da alimentação escolar, sem representar qualquer dano, proporcionando benefícios à saúde de professores e estudantes.

Referência: Leia o artigo na íntegra

quinta-feira, 21 de abril de 2016

O que é sorgo?

Quando digo que trabalho com sorgo no meu doutorado, muitas pessoas me perguntam o que é o sorgo. Preparei esse post para vocês conhecerem um pouco mais sobre esse cereal.

O sorgo (Sorghum bicolor L.) é um cereal da família Poaceae, nativo das regiões tropicais da África. É o quinto cereal mais produzido no mundo, sendo antecedido pelo trigo, arroz, milho e cevada, e o quarto no ranking de produção brasileira. É um dos cereais mais resistentes ao calor e à seca.

O sorgo é considerado a base alimentar de milhões de pessoas no mundo, principalmente em países da África e Ásia, suprindo cerca de 70% da ingestão calórica diária. É utilizado como ingrediente na elaboração de mingaus, barra de cereais e produtos de panificação. No entanto, no Brasil, o sorgo ainda vem sendo cultivado visando a produção de grãos para indústrias de ração animal ou como forragem para alimentação de ruminantes. Praticamente não há consumo desse cereal na alimentação humana no Brasil, possivelmente devido ao desconhecimento ou por questões culturais.

O sorgo é um grão de baixo custo e, por conseguinte, é possível a produção de produtos alimentares derivados de sorgo com baixo custo. Um dos usos potenciais do sorgo é na elaboração de produtos sem glúten para indivíduos portadores de doença celíaca e, ou outras intolerâncias alimentares ao trigo.

O sorgo apresenta-se como uma possibilidade de consumo aos cereais convencionais em função da elevada concentração de compostos bioativos (antocianinas, taninos, entre outros), minerais (ferro, zinco, entre outros), fibra alimentar, vitamina E e carotenoides, que contribuem para a elevada capacidade antioxidante do cereal.

Os produtos à base de sorgo podem, portanto, ser úteis para reduzir o risco de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.