sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Contagem de Carboidratos e Educação alimentar melhoram o controle glicêmico em diabéticos tipo 1

A estratégia da contagem de carboidratos é a chave do tratamento do diabetes e deve ser inserida no contexto de uma alimentação saudável. Pode ser utilizada por diabéticos tipo 1 (DM1) e tipo 2, e tem como objetivo otimizar o controle glicêmico em função das menores variações das glicemias pós-prandiais.


Para o método de contagem é importante levar em conta o total de carboidratos consumido por refeição. Dentre os métodos, existem dois que são amplamente utilizados:
1) Lista de equivalentes: os alimentos são agrupados de forma que cada porção do alimento escolhido pelo paciente corresponda a 15g de carboidrato, classificando-os em categorias (grupo de alimentos) e porções de uso habitual de nossa realidade.

2) Contagem em gramas de carboidratos: consiste em somar os gramas de carboidrato de cada alimento por refeição, obtendo-se informações em tabelas e rótulos dos alimentos.

Estudo recente publicado na Acta Diabetologica avaliou o impacto da contagem de carboidratos e da educação nutricional sobre mudanças nos hábitos alimentares e na composição corporal de pacientes com DM1 tratados com bombas de insulina.

Foram avaliadas 25 crianças e adolescentes no início do estudo e após 18 meses. Eles foram treinados em contagem de carboidratos e seguiram programa de educação nutricional padrão. Variáveis ​​clínicas, bioquímicas e nutricionais foram medidas.

Após 18 meses, a hemoglobina glicada (HbA1c) reduziu no grupo que iniciou o método de contagem de carboidratos (8,50 ± 0,77 vs 7,92 ± 0,74 %, p <0,001 ), sem alterar a necessidade de insulina/kg/dia.

Os autores concluem que o método de contagem de carboidratos associado à educação nutricional não afetou os hábitos alimentares, composição corporal e distribuição de gordura corporal das crianças com DM1, mas foi capaz de melhorar o controle glicêmico.


 Saiba mais sobre o método de contagem de carboidratos aqui
Marigliano M, et al. Nutritional education and carbohydrate counting in children with type 1 diabetes treated with continuous subcutaneous insulin infusion: the effects on dietary habits, body composition and glycometabolic control. Acta Diabetologica. 50(6):959-964. download

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Nutrição e Alzheimer

A doença de Alzheimer (DA), ou mal de Alzheimer, é uma desordem neurodegenerativa progressiva que representa a principal causa de demência no mundo.


Fatores dietéticos, tais como antioxidantes, vitaminas, polifenóis, e peixes podem reduzir o risco de DA, enquanto os ácidos graxos saturados, a ingestão de alto teor calórico e excesso de consumo de álcool foram identificados como fatores de risco.

Estudos epidemiológicos sugerem que o consumo de peixe pode reduzir o risco de demência e DA. Efeito associado com os ácidos graxos ômega-3, EPA e DHA. 

O consumo frequente de frutas e vegetais pode diminuir o risco de DA e demência. Frutas e vegetais são ricos em antioxidantes e compostos bioativos (por exemplo, vitamina E, vitamina C, carotenoides e flavonoides) e pobres em gorduras saturadas. 

Um menor consumo de leite ou produtos lácteos foi associado com função cognitiva deficiente. Laticínios, ricos em vitamina D, fósforo e magnésio, podem reduzir o risco de comprometimento cognitivo, diminuindo alterações vasculares e alterações estruturais cerebrais que ocorrem com o declínio cognitivo. No entanto, o consumo de produtos lácteos integrais pode ser associado com o declínio cognitivo em idosos.

Café pode ser associado com um risco diminuído de DA. Há uma tendência para efeito protetor da cafeína na DA. O café pode ser a melhor fonte de cafeína para se proteger contra DA devido a um componente no café que estabelece sinergias com a cafeína para aumentar seletivamente citocinas plasmáticas. 

O consumo de chá foi associado a menores riscos de comprometimento cognitivo, e o efeito protetor não foi limitado a um determinado tipo de chá. O chá preto melhorou a atenção auditiva e visual. Polifenóis do chá verde podem inibir o comprometimento cognitivo por meio da modulação do estresse oxidativo.

Estudos epidemiológicos sugerem que a ingestão leve a moderada de álcool foi associada com um risco reduzido de DA. O resveratrol e outros polifenóis presentes no vinho tinto, reduziram a formação de placa protegeram contra a neurotoxicidade.

Apesar dos estudos epidemiológicos apresentarem efeitos benéficos contra o Alzheimer, mais pesquisas são necessárias para melhorar a qualidade das evidências relativas à associação de nutrientes, alimentos e padrões alimentares com Alzheimer.

Referência:
http://www.hindawi.com/journals/bmri/2013/524820/

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Hipertensão atinge 24,3% dos adultos brasileiros


Hipertensão
A hipertensão ou pressão alta é ter a pressão arterial, sistematicamente, igual ou maior que 14 por 9 (140mmHg x 90mmHg). Entre os fatores de risco estão o sedentarismo, obesidade, estresse e dieta rica em sódio (sal). A pressão alta ataca os vasos, coração, rins e cérebro (Sociedade Brasileira de Hipertensão).

Vigitel 2012
De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2012), divulgada pelo Ministério da Saúde, a hipertensão arterial atinge atualmente 24,3% da população adulta brasileira, contra 22,5% em 2006, ano em que foi realizada a primeira pesquisa.
 
A hipertensão é mais comum entre as mulheres (26,9%) do que entre os homens (21,3%). Entre os brasileiros com mais de 65 anos de idade, 59,2% se declaram hipertensos, contra apenas 3,8% na faixa de 18 a 24 anos e 8,8% de 25 a 34 anos. Para a pesquisa, foram entrevistadas 45 mil pessoas acima de 18 anos nas 26 capitais e no Distrito Federal.

O tempo médio de ensino é inversamente proporcional à hipertensão: quanto maior a escolaridade, menor a taxa. Entre os que têm até oito anos de educação formal, 37,8% apresentam hipertensão; aqueles com 12 anos ou mais de ensino, 14,2% são hipertensos.

Farmácia Popular
A oferta gratuita de medicamentos, por meio do Saúde Não Tem Preço, reduziu o número internações por agravamento da doença em 25% nos últimos dois anos.

Para retirar os medicamentos, basta apresentar o documento de identidade, CPF e receita médica dentro do prazo de validade.

 
Referências:
Vigitel
Portal Brasil

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ministério da Saúde estabelece novo acordo para reduzir sódio em carnes e laticínios

O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) estabeleceram um novo acordo para a redução do teor de sódio em alimentos industrializados, como laticínios, embutidos e refeições prontas, em até 68% nos próximos quatro anos.


 Com este novo acordo, 16 categorias de alimentos que somadas representam 90% dos alimentos industrializados que deverão ter o teor de sódio reduzido.

O sódio está presente no sal de cozinha e em produtos industrializados. Seu consumo excessivo está associado a uma série de doenças, incluindo a hipertensão arterial, que atinge 24,3% dos brasileiros (Vigitel, 2012).

Segundo a Pesquisa do Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média do consumo de sódio pelos brasileiros é de 12 gramas por dia, considerando o sal de mesa e o sódio obtido dos alimentos industrializados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de 5 gramas de sódio por dia.



Se os brasileiros passassem a consumir as quantidades recomendadas teria um forte impacto na qualidade de vida e na redução das mortes atribuídas à hipertensão e às suas complicações. 

O Ministério da Saúde estima que esta mudança acarretaria em 15% menos mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e 10% menos mortes por infarto. Além disso, seria possível reduzir em 1,5 milhão o número de pessoas que necessitam de medicação para controlar a hipertensão, e acrescentar mais quatro anos na expectativa de vida dos hipertensos.

Os próximos passos, de acordo com o Ministério da Saúde, são definir a redução de açúcar e de gorduras totais e saturadas.

domingo, 20 de outubro de 2013

Uso de suplementos antioxidantes em excesso foi associado com maior mortalidade

Estudo de metanálise publicado na Journal of the American Medical Association (JAMA) avaliou 78 ensaios clínicos randomizados (296.707 participantes, com idade média de 63 anos, 46% mulheres) que avaliaram o uso de suplementos antioxidantes para a prevenção de todas as causas de mortalidade. Destes estudos, 26 avaliaram 215.900 indivíduos saudáveis, e os 52 estudos restantes avaliaram 80.807 participantes com doenças crônicas estáveis, como doença coronária, diabetes mellitus, Alzheimer e degeneração macular relacionada à idade.  
Todos os antioxidantes foram administrados por via oral, isoladamente ou em combinação com vitaminas, minerais, ou outras intervenções. A duração média da suplementação foi de 3 anos.

A análise estatística demonstrou que a mortalidade foi maior nos indivíduos suplementados com antioxidantes (RR: 1,03 [IC 95%: 1,01-1,05]). O beta-caroteno, vitamina E e vitamina A foram associados com maior mortalidade, enquanto vitamina C e selênio não foram associados com maior ou menor mortalidade.  

Os autores concluem que suplementos antioxidantes estão associados com maior mortalidade por todas as causas, principalmente com doses elevadas de beta-caroteno, vitamina E, e vitamina A. Portanto, não recomendam o uso de suplementos antioxidantes como medida de prevenção primária ou secundária.

"Estudos clínicos randomizados controlados futuros devem tentar definir os níveis de deficiência para avaliar se os suplementos antioxidantes podem oferecer mais benefícios do que malefícios", comentam os autores. 

Os autores não relataram a dosagem dos suplementos antioxidantes avaliados.

Referência
Bjelakovic G, Nikolova D, Gluud C. Antioxidant supplements to prevent mortality. JAMA. 2013;310(11):1178-9.

domingo, 29 de setembro de 2013

Polifenóis como potenciais nutracêuticos no manejo do diabetes

Os alimentos funcionais e seus compostos bioativos são considerados como uma nova abordagem para a prevenção e controle do diabetes e suas complicações.

Devido às suas propriedades biológicas, os polifenóis podem ser adequados nutracêuticos e tratamentos suplementares para vários aspectos do diabetes mellitus.

Polifenóis são compostos fitoquímicos naturais em alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes, grãos integrais, cereais, legumes, chá, café, vinho e cacau.

Os polifenóis apresentam efeito hipoglicemiante, atribuído principalmente a redução da absorção intestinal de carboidratos, modulação das enzimas envolvidas no metabolismo da glicose, a melhoria da função das células-β e da ação da insulina, o estímulo da secreção de insulina, e as propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias destes compostos.

Alguns polifenóis são capazes de regular as principais vias do metabolismo de carboidratos e homeostase da glicose hepática, incluindo glicólise, glicogênese e gliconeogênese, geralmente deficientes no diabetes.

Polifenóis do chá verde, principalmente catequinas e epicatequinas, demonstraram atenuar a hiperglicemia e a produção de glicose hepática.

Outro composto fenólico muito conhecido, o resveratrol encontrado em uvas, vinho, suco de uva e amendoim, melhora a tolerância à glicose, atenua a perda de células-β e reduz o estresse oxidativo nas ilhotas pancreáticas. O resveratrol também retarda a degradação das ilhotas pancreáticas e o progresso de diabetes tipo 2.

Estudos confirmam que os compostos polifenólicos atenuam vários fatores de risco cardiovascular em diabetes; polifenóis modulam o metabolismo de lipídios e dislipidemia, melhoram a função vascular, diminuem o dano vascular oxidativo e inflamatório induzido, e regulam a pressão arterial.

Polifenóis podem melhorar o sistema antioxidante endógeno, o equilíbrio antioxidante oxidante e efetivamente prevenir o dano oxidativo. As catequinas do chá verde reduzem a peroxidação lipídica e aumentam a capacidade antioxidante total do plasma, atenuam as vias de sinalização sensíveis ao stress, enzimas pró-oxidantes, e induzem enzimas antioxidantes incluindo superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase.

Os polifenóis efetivamente atenuam o estresse oxidativo, promovem o sistema de defesa antioxidante endógeno e modulam o
equilíbrio oxidante/antioxidante.

Os polifenóis modulam aspectos metabólicos, endócrinos e celulares da transdução de sinalização do tecido adiposo. As antocianinas, um grupo de compostos fenólicos considerados como moduladores do metabolismo do tecido adiposo, são compostos bioativos que melhoram a disfunção de adipócitos e secreção de adipocitocinas na resistência à insulina, aumentam a β oxidação e reduzem o acúmulo de gordura em adipócitos.

Uma das propriedades mais importantes dos polifenóis é o seu efeito preventivo contra complicações do diabetes a longo prazo, incluindo retinopatia, nefropatia e neuropatia.

As antocianinas facilitam o fluxo sanguíneo e evitam a microangiopatia induzida por diabetes, o aumento da permeabilidade microvascular e diminuem a agregação de leucócitos na parede vascular.

A tendência de aumento na prevalência de complicações do diabetes sugere que o uso de tratamentos complementares, incluindo alimentos funcionais e seus nutracêuticos, poderiam aumentar a eficácia do controle do diabetes. Os polifenóis foram propostos como suplementos eficazes para o manejo do diabetes e a prevenção de suas complicações a longo prazo.

Referências
Bahadoran, Z.; Mirmiran, P.; Azizi, F. Dietary polyphenols as potential nutraceuticals in management of diabetes: a review. Journal of Diabetes & Metabolic Disorders 2013, 12:43.

Szkudelski T, Szkudelska K: Anti-diabetic effects of resveratrol. Ann NY Acad Sci 2011, 1215:34–39.


domingo, 22 de setembro de 2013

Receita: Filé de peixe ao molho de cenoura


Ingredientes:

- 500g de filé de peixe (eu usei tilápia)
- 8 biscoitos cream cracker triturados
- queijo ralado a gosto
- orégano a gosto
- 2 dentes de alho amassados
- sal a gosto
- 1 ovo batido

Para o molho:
- 1 cenoura pequena ralada
- 3 colheres de sopa de maionese light
- 1 copo de leite
- cebola picadinha
- 2 dentes de alho
- 1 colher de sopa de margarina light

Modo de preparo:

Pré-aqueça o forno em temperatura média (180ºC)
Misture o biscoito, o queijo ralado, orégano, alho e sal.
Passe os filés de peixe no ovo.
Em seguida, passe os filés na mistura de biscoito.
Coloque os filés em uma assadeira untada com azeite e leve ao forno até dourar.
Refogue a cebola, o alho e a cenoura na manteiga.
Acrescente a maionese e o leite, mexendo sempre por mais 5 minutos.
Coloque o molho sobre o peixe e sirva.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Nova estratégia alimentar para tratamento da Síndrome Metabólica

A síndrome metabólica (SM) é caracterizada pela associação de fatores de risco cardiovascular, incluindo obesidade (especialmente obesidade central), resistência à insulina, dislipidemia (níveis séricos elevados de triacilgliceróis e reduzidos de HDL) e hipertensão arterial.

Estudo publicado na British Journal of Nutrition avaliou a eficácia de uma nova estratégia alimentar denominada RESMENA (Redução da Síndrome Metabólica em Navarra) baseada na distribuição de macronutrientes, capacidade antioxidante e frequência das refeições para o tratamento da síndrome metabólica.

Trata-se de um estudo randomizado controlado, que comparou os efeitos de duas estratégias alimentares sobre as co-morbidades da SM

52 homens e 41 mulheres portadores de síndrome metabólica (idade média de 49 anos e IMC médio de 36 kg/m2) foram aleatoriamente distribuídos para consumir a dieta controle (de acordo com as diretrizes da American Heart Association - AHA) ou a dieta experimental (RESMENA).
 
Os indivíduos receberam orientações nutricionais por um período de dois meses, durante o qual foram coletados dados antropométricos e de composição corporal a cada 2 semanas. Após esse período, os participantes seguiram  a dieta proposta por mais quatro meses.

As duas dietas prescritas promoveram restrição calórica (redução em 30% das necessidades energéticas). A dieta controle baseia-se nas diretrizes da AHA, incluindo 3-5 refeições/dia, com distribuição de macronutrientes do valor energético total de 55% de carboidratos, 15% de proteínas e 30% de lipídios. A dieta RESMENA caracteriza-se por um maior fracionamento de refeições, composta por 7 refeições/dia (café da manhã, almoço, jantar, dois lanches no período da manhã e dois lanches à tarde), e distribuição de macronutrientes de 40% de carboidratos, 30% de proteínas e 30% de lipídios. Além disso, esse novo padrão tentou reforçar a alta ingestão de ômega-3, de alimentos ricos em antioxidantes e carboidratos de baixo índice glicêmico. Ambas as dietas apresentaram teor de colesterol inferior a 300 mg.

A dieta RESMENA promoveu uma redução significativa do peso corporal (-1,7%, p=0,018), perímetro da cintura (-1,8%, p=0,021), bem como menor percentual de gordura corporal (-6,9%, p= 0,008). O grupo RESMENA também apresentou melhora na função hepática e da glicemia.

Os autores concluem que a dieta RESMENA apresentou efeitos mais benéficos do que uma dieta com base nas diretrizes da AHA sobre a composição corporal, obesidade, especialmente central, e em relação a vários parâmetros bioquímicos. Portanto, a dieta RESMENA pode ser uma boa opção como um tratamento dietético a longo prazo das co-morbidades da síndrome metabólica.


domingo, 8 de setembro de 2013

Mais da metade da população brasileira está acima do peso

Dados da pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde (MS), revelam que 51% da população (acima de 18 anos) está com excesso de peso (IMC ≥25 kg/m2). 
Em 2006, quando os dados começaram a ser coletados pelo MS, o índice era de 43%. O excesso de peso atinge 54% dos homens e 48% das mulheres.
 
A obesidade (IMC ≥30 kg/m2) também cresceu em proporção alarmante, atingindo 17% da população. Em 2006 o índice era de 11,4% e subiu para 15,8% em 2011. Atualmente, 18% das mulheres estão obesas e 16% dos homens.

Foram entrevistados 45,4 mil pessoas em todas as capitais e no Distrito Federal, entre julho de 2012 a fevereiro de 2013. 

Na faixa etária entre 18 e 24 anos, 28% da população está com excesso de peso, atingindo 55% na faixa etária dos 35 aos 44 anos.

O estudo também avaliou os hábitos alimentares. Apenas 22,7% da população ingerem a porção diária de frutas e hortaliças recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco ou mais porções ao dia. Além disso, 31,5% da população come carne gordurosa, 53,8% consome leite integral regularmente e 26%  ingere refrigerantes ao menos cinco vezes por semana. 

O consumo de frutas e hortaliças, segundo a recomendação da OMS, é maior entre aqueles com maior grau de escolaridade, sendo 31% dos indivíduos com 12 anos e mais de escolaridade e 18% para quem tem menos de oito anos de escolaridade.
 
Em relação a prática da atividade física, 47% dos jovens com idade entre 18 a 24 anos se exercitam regularmente. E entre 35 a 44 anos, o índice cai para 31%. 
45% da população com mais de 12 anos de estudo praticam algum tipo de atividade física. O percentual diminui para 21% para aqueles com até oito anos de escolaridade. Os homens (41%) são mais ativos que as mulheres (26%).

O MS lançou algumas medidas preventivas com objetivo de deter esse aumento desordenado do ganho de peso da população brasileira. Em março de 2013, criou a Linha de Cuidados da Atenção Básica para excesso de peso e outros fatores de risco associados ao sobrepeso e à obesidade até o atendimento em serviços especializados. 

Indivíduos com sobrepeso podem ser encaminhados a um polo da Academia da Saúde para realização de atividades físicas e a um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para receber orientações para uma alimentação saudável e balanceada. 

O MS investe ainda em ações preventivas para evitar a obesidade em crianças e adolescentes, através do Programa Saúde na Escola (PSE), com mais de 50 mil escolas que participantes. Outra medida é a distribuição de 18 mil Manuais das Cantinas Escolares Saudáveis como incentivo a lanches menos calóricos e mais nutritivos.

Referência:
Brasil. Ministério da Saúde. Mais da metade da população brasileira tem excesso de peso. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/12926/162/mais-da-metade-da-populacao-brasileira-tem-excesso-de-peso.html>. Acesso em 06/09/13.

sábado, 7 de setembro de 2013

Cartilha Prevenção de Doenças Cardiovasculares

No dia 8 de agosto é comemorado o Dia Nacional de Controle do Colesterol. Neste dia, a Sociedade Brasileira de Cardiologia irá promover diversas ações para a população.


Segundo a SBC, as doenças cardiovasculares são as principais responsáveis pelos óbitos registrados anualmente no Brasil. O desenvolvimento dessas doenças está associado a diversos fatores de risco que podem ser controlados, como alimentação, prática de atividades físicas, obesidade, aumento do colesterol, hipertensão, diabetes e tabagismo.

A SBC publicou uma cartilha informativa voltada para as crianças sobre a prevenção de doenças cardiovasculares.

Para fazer o download da cartilha, acesse:

domingo, 1 de setembro de 2013

Saúde Baseada em Evidências


Criado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em parceria com o Ministério da Saúde, o Portal Saúde Baseada em Evidências fornece informações científicas e tecnológicas atualizadas.

Esta iniciativa permitirá aos profissionais de saúde acesso de forma ágil e eficiente a bases de dados específicas de saúde.
 

Público-alvo
Os conteúdos estão disponíveis para os profissionais de saúde vinculados ao respectivo Conselho Profissional das áreas de Biologia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social.
 
Como acessar
Basta se cadastrar com as informações do seu Conselho Regional.

Para cadastrar, clique aqui 

Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index.cfm?portal=pagina.visualizarArea&codArea=392

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Perímetro da cintura prediz inversão da resistência à insulina pós cirurgia bariátrica

O perímetro da cintura é um método válido, confiável e fácil e tem sido considerado uma ferramenta útil para a predição de adiposidade abdominal e resistência à insulina.

Estudo publicado no International Journal of Obesity validou a medida do perímetro da cintura para avaliar a inversão da resistência à insulina após perda de peso induzida pela cirurgia bariátrica.

Foram avaliadas a sensibilidade à insulina e o perímetro da cintura em indivíduos obesos, antes e após cirurgia bariátrica. A sensibilidade à insulina foi avaliada pelo indicador HOMA-IR ou pelo clamp euglicêmico hiperinsulinêmico.

Foram avaliadas as medidas de perímetro da cintura e HOMA-IR em 211 indivíduos antes e após 1,5 a 3 anos de perda de peso induzida pela cirurgia bariátrica. Em 53 mulheres, a sensibilidade a insulina também foi mensurada pelo clamp euglicêmico hiperinsulinêmico.

O ponto de corte < 100 cm para o perímetro da cintura foi associado a inversão da resistência à insulina com razão de chance para o HOMA-IR de OR=49 (p < 0,001) e de OR=32 (p<0,001) para o clamp.

Os autores concluem que, na prática clínica, o perímetro da cintura pode ser preditor da inversão da resistência à insulina após a perda de peso induzida pela cirurgia bariátrica.

Referência Bibliográfica

Guia prático de diagnóstico e tratamento da Alergia às Proteínas do Leite de vaca mediada pela imunoglobulina E

O Guia prático de diagnóstico e tratamento da Alergia às Proteínas do Leite de vaca mediada pela imunoglobulina E publicado pela Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição aborda aspectos relacionados aos conceitos, epidemiologia, fatores de risco e mecanismos de tolerância oral, classificação, alérgenos do leite de vaca, tratamento nutricional, papel dos probióticos, prebióticos e simbióticos, prevenção, entre outros.

Referência:
Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 35. N° 6, 2012.
Disponível em: http://asbai.org.br/revistas/vol356/Guia-35-6.pdf

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Nutrição na Atividade Física

Os praticantes de atividade física devem ter uma alimentação balanceada, contendo alimentos de todos os grupos alimentares e nas quantidades adequadas. 

A alimentação tem um papel importante na atividade física, pois fornece os nutrientes necessários, que variam de acordo com o tipo de exercício e o objetivo que se pretende alcançar como, por exemplo, perda de peso ou ganho de massa muscular.

Orientações gerais:

· Nunca treine em jejum! Seu organismo precisa da energia dos alimentos. Caso contrário, a energia será retirada do seu músculo, deixando-o fraco.

· Faça as refeições em horários determinados e com intervalos regulares entre elas. 

· Não pule nenhuma refeição, pois isso vai aumentar a sua fome e você comerá mais na próxima vez em que se alimentar. Além disso, sua capacidade de queimar gordura diminui quando você fica longos períodos sem se alimentar.

· Coma devagar e mastigue bem os alimentos. Saboreie as refeições.

Antes do exercício
Grande importância no fornecimento de alimentos fontes de carboidratos para começar o exercício com energia suficiente. Os carboidratos servem de matéria-prima para a produção de glicogênio muscular que é a principal fonte de energia utilizada durante os exercícios.

Alimentos ricos em gorduras não devem ser consumidos próximo ao início do treino por terem uma digestão mais demorada e podem causar desconforto gástrico.

Exemplos de lanches:

. 1 copo de suco + 2 fatias de pão integral + 1 colher de sopa de geléia ou queijo branco (1 hora antes do exercício); 
ou
. 1 vitamina de fruta com leite desnatado + 1 colher de sopa de mel ou 1 barra de cereais (30 minutos antes);
ou
. 1 fruta (15 minutos antes).

Após o exercício
Após a prática de exercícios, consuma alimentos fontes de carboidratos, para repor rapidamente os estoques de glicogênio e preparar o músculo para atividades subsequentes, e proteínas, para recuperação do músculo.

Exemplos de lanches:
- Logo após: Maltodextrina ou 1 suco de laranja.

- Até 1 hora depois:
1 vitamina de fruta com leite desnatado + 1 sanduíche de pão integral com queijo e peito de peru + 1 fruta com mel
ou
1 prato de macarronada com carne moída + 1 suco de frutas

Atenção! Lembre-se sempre de iniciar o exercício bem hidratado. A ingestão de líquidos deve acontecer antes, durante e após a atividade física, sempre que possível, para repor a perda hídrica que ocorre durante a atividade.

O ideal é a cada 15-20 minutos ingerir uma quantidade de 150-200mL.

A associação entre a prática regular de atividade física e uma alimentação balanceada, orientados por profissionais capacitados, permite a obtenção de melhores resultados!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Castanha do Brasil melhora perfil lipídico de indivíduos saudáveis


A castanha do Brasil possui  elevado teor de selênio (entre 8 e 83 mg/g) e ácidos graxos insaturados, apresentando efeitos benéficos para a saúde. Estudos têm indicado que o consumo de castanhas do Brasil a longo prazo apresenta efeito benéfico sobre o colesterol sérico em indivíduos obesos e não obesos.

Estudo randomizado avaliou o efeito do consumo de castanha do Brasil no perfil lipídico de indivíduos saudáveis. Trata-se de um estudo crossover randomizado, em que 10 indivíduos saudáveis, incluindo 6 homens e 4 mulheres (idade média de 24,7 ± 3,4 anos) receberam 4 tratamentos com diferentes quantidades de castanha (0, 5, 20 e 50 g), com intervalo de 30 dias entre cada tratamento.

Foi aplicado recordatório 24 horas e questionários de frequência alimentar após a última coleta de sangue para verificar os tipos de alimentos consumidos durante o período de estudo. As amostras de sangue foram coletadas por punção venosa antes e após 1, 3, 6, 9, 24 e 48 horas e 5 e 30 dias após a ingestão da castanha. Foram dosados glicemia de jejum, colesterol total, LDL, HDL, triglicerídeos, selênio, alanina e aspartato aminotransferases, albumina, proteína total, fosfatase alcalina, gama GT, ureia, creatinina e proteína C-reativa.

Foi observado aumento significativo dos níveis plasmáticos de selênio após 6 horas do consumo, em todos os tratamentos. O LDL foi significativamente inferior, enquanto o HDL foi significativamente superior 9 horas após a ingestão de 20 ou 50 g de castanhas, mostrando que a ingestão de 4 castanhas/dia parece ser suficiente para apresentar efeito benéfico. Os parâmetros bioquímicos da função hepática e renal não foram modificados pela ingestão de castanhas.

Os autores concluem que a ingestão de uma pequena porção de castanha do Brasil pode melhorar o perfil lipídico sérico de indivíduos saudáveis sem produzir efeito tóxico hepático ou renal.

No entanto, vale ressaltar a importância de estudos com maior número de indivíduos e em condições de dislipidemia.

Referência:
Colpo E. et al. A Single Consumption of High Amounts of the Brazil Nuts Improves Lipid Profile of Healthy Volunteers. Journal of Nutrition and Metabolism.
http://www.hindawi.com/journals/jnume/2013/653185/

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Chá verde está associado a efeitos favoráveis para diabéticos


Os efeitos mais importantes do chá na saúde humana têm sido atribuídos ao chá verde, e os efeitos de promoção da saúde do chá verde são principalmente atribuídos às catequinas, que pertencem a uma família de compostos conhecidos como polifenóis.

Um estudo de metanálise constatou que o consumo de chá verde (cerca de 4 xícaras/dia) foi associado a redução significativa no risco de diabetes mellitus tipo 2 (Jing et al., 2009).

Recente metanálise publicada na revista The American Journal of Clinical Nutrition avaliou quantitativamente o efeito do chá verde no controle da glicemia e sensibilidade à insulina a partir de uma busca nas bases de dados PubMed, EMBASE e Cochrane Library, em que foram selecionados estudos clínicos randomizados que avaliaram os efeitos do chá verde e/ou extrato de chá verde.

Os critérios utilizados para seleção dos estudos foram: 1) consumo do chá ou extrato por 2 semanas ou mais; 2) valores disponíveis de glicemia de jejum e insulina basais e finais; 3) extrato de chá verde não oferecido como suplemento; 4) inclusão de grupo controle.

Foram avaliados 17 estudos, com um total de 1.133 indivíduosDentre os estudos, 10 utilizaram as catequinas do chá verde em cápsulas e 7 utilizaram as folhas para a bebida. O conteúdo de catequinas do chá verde nos estudos variou de 208 a  1207 mg/dia (média de 457 mg/dia) e a duração do consumo do chá variou entre 2 semanas e 6 meses.

O consumo de chá verde reduziu significativamente a glicemia de jejum (0,09 mmol/L, p<0,01) e as concentrações de insulina de jejum (-1,16 μIU/mL, p=0,03). Além disso, foi encontrada redução siginificativa nas concentrações de HbA1c  (0,3%, p<0,01), indicando que o chá verde tem um efeito significativo a longo prazo na redução da glicose.

Os autores concluem que o consumo de chá verde está associado com efeitos favoráveis para pacientes com diabetes tipo 2, por promover diminuição da glicemia de jejum e da concentração sanguínea de hemoglobina glicosilada (HbA1c). No entanto, sugerem que estudos de longo prazo e de alta qualidade ainda devem ser realizados para confirmar estes resultados.

Referências:
Jing Y, Han G, Hu Y, Bi Y, Li L, Zhu D. Tea consumption and risk of type 2 diabetes: a meta-analysis of cohort studies. J Gen Intern Med 2009;24:557–62.

Liu K, Zhou R, Wang B, Chen K, Shi LY, Zhu JD, Mi MT. Effect of green tea on glucose control and insulin sensitivity: a meta-analysis of 17 randomized controlled trials. Am J Clin Nutr. 2013;98(2):340-8.