domingo, 8 de junho de 2014

Intolerância à lactose ou alergia à proteína do leite? Saiba a diferença

Você sabe a diferença entre intolerância, alergia e sensibilidade? A alergia é uma resposta do sistema imunológico a uma substância estranha ao organismo, como algum componente do alimento (geralmente proteínas). A intolerância é uma reação adversa que envolve a digestão ou o metabolismo, mas não o sistema imunológico. Já a sensibilidade é uma resposta anormal, que pode provocar reação semelhante à alergia.

Intolerância a lactose
É a incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar existente no leite e seus derivados, ou seja, a lactose. Ela ocorre quando o organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, uma enzima digestiva chamada lactase, que quebra a lactose.
Sem a presença da lactase, o açúcar do leite passa pelo estômago sem ser digerido e chega inalterado ao instestino, onde é fermentado pelas bactérias. Essa fermentação produz ácido lático e gases, promovem maior retenção de água e o aparecimento de diarreias e cólicas.
A intolerância a lactose pode ser de causa genética, hereditária ou pela lesão da mucosa do intestino delgado por alguma infecção. Com o avançar da idade, existe uma tendência natural ao desenvolvimento da intolerância à lactose.
Os sintomas mais comuns incluem dor abdominal, diarreia, flatulência, câimbras, gases, assaduras, inchaço abdominal, náusea e vômito. Os sintomas aparecem entre 30 minutos a 2 horas após a ingestão dos derivados do leite, que contém lactose.
diagnóstico da intolerância à lactose pode ser feito por exames específicos: teste de intolerância à lactose, teste de hidrogênio na respiração e teste de acidez nas fezes.
O tratamento inclui dieta e medicamentos. Inicialmente, deve-se evitar o consumo de leite e derivados a fim de promover o alívio dos sintomas. Em seguida, esses alimentos podem ser reintroduzidos aos poucos até identificar a quantidade máxima que o organismo suporta sem manifestar sintomas adversos. O objetivo é manter a oferta de cálcio na alimentação, essencial para a formação de massa óssea saudável. Suplementos com lactase e leites modificados com baixo teor de lactose são úteis para manter o aporte de cálcio, quando a quantidade de leite ingerido for insuficiente.
Alergia a proteína do leite
A alergia é uma reação imunológica adversa às proteínas do leite, que se manifesta após a ingestão de uma porção de leite ou derivados. A alergia a proteína do leite de vaca (APLV) é a alergia alimentar mais comum e pode provocar alterações no intestino, na pele e no sistema respiratório (tosse e bronquite, por exemplo).
A alergia ocorre principalmente nos três primeiros anos de vida, desaparecendo por volta dos quatro anos, e sendo ainda mais raro em adolescentes. Adultos raramente têm alergia à proteína do leite de vaca.
A maior causa dessa alergia é a inclusão precoce do leite de vaca e fórmulas infantis na alimentação da criança, em substituição ao leite materno. A imaturidade dos sistemas digestivo e imune dos bebês é fator para o desenvolvimento dessa alergia. O organismo da criança não reconhece uma ou mais proteínas do leite de vaca (caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina) e reage a elas.
 

A APLV é difícil de ser diagnosticada. O diagnóstico é feito pelo “teste de desencadeamento”, que consiste na observação da reação do paciente à retirada do leite de vaca e derivados, com posterior reintrodução desses alimentos.
O tratamento consiste na realização da dieta de exclusão por no mínimo 6 meses.  A mãe que amamentar deve seguir uma dieta especial, sem leite de vaca e derivados, sempre sob a orientação de um médico ou nutricionista. O sucesso do tratamento das alergias alimentares depende do adequado seguimento da dieta. Quase sempre a APLV tem cura!
Saiba mais sobre a alergia a proteína do leite aqui