quarta-feira, 24 de julho de 2013

Alto consumo de ômega-3 está associado a menor risco de câncer de mama

O câncer de mama é um dos cânceres mais comuns em mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. É a principal causa de morte por câncer entre as mulheres. Segundo dados disponíveis no site do INCA, em 2010 foram registradas 12 mil mortes por câncer de mama em mulheres.

Estudos com modelo animal e estudos in vitro têm demonstrado que os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 são os mais promissores para reduzir a carcinogênese e reduzir o risco. No entanto, estudos com humanos têm apresentado resultados controversos.

Em recente metanálise publicada na revista British Medical Journal foi evidenciada associação entre a ingestão de ômega-3, por meio de alto consumo de peixes, e menor risco para desenvolvimento de câncer de mama.

Este estudo objetivou avaliar a associação entre a ingestão de peixes e ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 e o risco para desenvolvimento de câncer de mama e avaliar a relação dose-resposta.

Foram analisados 26 estudos prospectivos, incluindo cerca de 880 mil mulheres e 20.905 casos de câncer de mama, que avaliaram o consumo de peixes, a ingestão de ômega-3 de fontes vegetais e animais, por meio de questionários de frequência alimentar e recordatório.

Os autores observaram que as mulheres que consumiram altos níveis de ômega-3, a partir do consumo de peixes, apresentaram redução de 14% no risco de câncer de mama em comparação com as mulheres que consumiam menos. No entanto, o consumo de ALA (ácido alfa-linolênico), ômega-3 de origem vegetal, não apresentou redução no risco de câncer de mama. Quanto a relação dose-resposta, a cada aumento de 0,1 g no consumo de ômega-3 por dia foi associado a um risco reduzido em 5% de ter câncer de mama (100 g de salmão, por exemplo, pode conter de 1 a 2 g de ômega-3).

Os autores concluem que o maior consumo de ômega-3 está associado a um menor risco de câncer de mama. Essas descobertas podem ter implicações importantes para a saúde pública, especialmente no que diz respeito à prevenção do câncer de mama por meio de intervenções dietéticas e de estilo de vida.

Referências:
Instituto Nacional do Câncer (INCA). Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama

Zheng JS, Hu XJ, Zhao YM, Yang J, Li D. Intake of fish and marine n-3 polyunsaturated fatty acids and risk of breast cancer: meta-analysis of data from 21 independent prospective cohort studies. BMJ 2013;346:f3706.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Consumo de linhaça melhora controle glicêmico em pré-diabéticos

O pré-diabetes é caracterizado por altas concentrações de glicose sanguínea devido a ação ineficaz da insulina ou resistência à insulina. A maioria dos indivíduos pré-diabéticos apresentam sobrepeso ou obesidade e risco 3 vezes maior para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 do que indivíduos com peso normal.

Mudanças nos hábitos alimentares e atividade física podem retardar ou prevenir o desenvolvimento de diabetes em indivíduos com pré-diabetes. Estudos sugerem que o consumo de linhaça pode proteger contra a síndrome metabólica e risco de progressão do pré-diabetes para diabetes tipo 2, reduzindo as concentrações de lipídios séricos e glicemia, retardando a absorção de glicose pós-prandial e diminuindo o estresse oxidativo e inflamação.

Recente estudo publicado na Nutrition Research avaliou o impacto do consumo de linhaça moída na glicemia de jejum, insulina, marcadores inflamatórios e obesidade em indivíduos com excesso de peso. Trata-se de um estudo cross-over randomizado em que 11 homens e 14 mulheres com sobrepeso/obesidade e pré-diabetes consumiram 0, 13 ou 26g de semente de linhaça moída por 12 semanas, com período de intervalo de 2 semanas entre cada tratamento.

Foi observada uma redução significativa da glicemia, insulina e do índice de resistência à insulina (HOMA-IR) com o consumo de 13g de linhaça em comparação com o não consumo. Os marcadores inflamatórios avaliados não apresentaram diferenças estatísticas entre os  diferentes grupos.

Os autores concluem que o consumo regular de linhaça melhorou os níveis de biomarcadores para pré-diabetes, incluindo a glicemia, insulina, frutosamina e melhorou a sensibilidade à insulina.

Fonte:  Hutchins, A.M.; Brownb B.D.; Cunnanec, S.C.; Domitrovich, S.G.; Adamsb, E.R.; Bobowiecb, C.E. Daily flaxseed consumption improves glycemic control in obese men and women with pre-diabetes: a randomized study. Nutrition Research. v.33, p.367-375. 2013.